Refletindo: Josefina Bonaparte: Moda, luxo e sorte!

Quando a gente nem desconfia do nosso futuro!

Muitas vezes a gente acha que nascer em um lugar nobre e ser perfeito nas suas escolhas nos farão bem sucedidos e um sucesso nas nossas áreas. Mas, Josefina Bonaparte nos prova outras coisas. Eu já ia escrever sobre ela e sua influência na moda francesa quando estava lendo um livro de indumentária, mas depois de ler sobre ela na Vogue de maio - sim gente, a Vogue às vezes lê a minha mente!! - eu tive a certeza que deveria falar sobre essa mulher incrível. 


Antes de ler sobre ela, eu acha que Josefina era uma menina endinheirada, que nunca sofreu na vida, mas muito pelo contrário. Pra começar ela nasceu em um lugar distante dos grandes centros, mais precisamente na Martinica. Foi traída pelo primeiro marido, se divorciou com dois filhos pequenos, foi presa durante a Revolução Francesa e ainda era seis anos mais velha do que Napoleão. Mas, todo essa história de vida transformou Josefina em uma mulher independente, ao ponto de dividir as despesas no seu segundo casamento, com Napoleão. Ela usou todas as suas qualidades para sustentar seus dois filhos, Eugéne e Hortense, usando o seu nome do meio, Josefina Rosa, era como era conhecida, se tornando em pouco tempo uma das três socialites mais conhecidas, extravagantes - e dizem até picantes - do período Diretório. 


Dizem que ela tinha muitos pretendentes - e inúmeros amantes -, todos enlouquecidos por ela. Até que uma amiga a apresentou para o então General Napoleão Bonaparte. Josefina, por sua vez, viu que a carreira do General era promissora mas ainda sim desprezou o então apaixonado Napoleão, até que ficou impressionada com seu talento em manipular o povo. Em 1804 casou-se com o Napoleão e foi corada imperatriz. Começava aí o ministério informal de Josefina para recuperar a indústria do luxo na França. Ela deu a cara do Império de Napoleão e conseguiu levar a moda francesa ao patamar muito mais alto do que vemos hoje.


Josefina era muito bonita, e sem dúvida essa qualidade a ajudou muito nessa missão. Com todas essas mudanças políticas, a Arte, a decoração de interiores, a Arquitetura e a Moda deveriam ter outros estilos, linhas clássicas, para marcar a nova cara da França e do mundo dominado por Napoleão. Surgia então a Linha Império, as caldas, formas fluídas que imitavam as togas gregas, o grande fascínio pelos motivos orientais, assim como as sedas, caxemiras, rendas, plumas e peles, que eram indispensáveis. A cor branca começou a ser adotada em vestidos de festa - e até os de noivas - depois de Josefina ter incorporado na moda a cor favorita de Napoleão. 


Josefina sabia da importância da imagem pessoal, ela investia tempo e muito dinheiro aprimorando sua aparência, com a ajuda de regimes de beleza, cosmetólogos, costureiros e joalheiros. Além disso, Josefina fundou fábricas na França em resposta à guerra da França com a Inglaterra, país onde era importados caxemira e tecidos nobres. Também impôs taxas e impostos sobre os produtos britânicos e fez com que seus costureiros apenas usassem matéria prima francesa, reanimando assim a Indústria Têxtil e a do Luxo. As sedas de Lyon começaram a ser conhecidas com uma das melhores do mundo.


Em relação a indumentária, aboliu os espartilhos, marcou os seios, deixou toda a silhueta tubular e longe do corpo, de forma fluída, grega, cheia de movimentos e leveza. Xales de cashemere, musselinas bordadas a ouro, veludos, plumas e muita seda. O furacão Josefina, como é conhecida, não poupou nenhuma corte envolta do globo. Até as escravas brasileiras adotaram as novas linhas do Império, guardadas as devidas proporções. 


Josefina também encomendava e coleciona pinturas, objetos de decoração, pratarias, porcelanas, objetos em marfim, joias assinadas por grandes joalheiros franceses. Por toda sua importância o Musée du Luxembourg, em Paris,  promoveu uma exposição pelo bicentenário da sua morte, destacando todos esses pontos que conversamos aqui. Até hoje a linha Império faz sucesso, estilistas como Alexandre McQueen e Dolce & Gabbana se inspiraram nessas linhas em 2008 e 2005, respectivamente. Tenho certeza que Josefina, aos 15 anos, quando vivia como uma crioula em Martinica nem desconfiava disso.

A tal Linha Império que Josefina lançou!

#E aí pessoal, o que vocês acharam? Dê seu pitaco AQUI!

Bjos