Carta de Novembro

"Estar presente!"

Por esses dias, depois que percebi que faltam poucos dias para o Natal, comecei a me lembrar do que tinha vivido nesse ano. Talvez, seja por isso que não achei que o ano voou. Tenho pra mim que ele durou o suficiente para chamá-lo de ano. Está bom, nem demorou e nem passou correndo. Está sendo um ano de muita reflexão sobre inúmeras coisas, de mudanças em hábitos, crenças limitantes, reconhecendo o que é meu e o que peguei dos outros.

Esse mês, em especial, chegou de uma forma muito especial. Sábado tive uma manhã corrida, mas tranquila. A tarde foi dedicada a colocar a casa e as minhas coisas em ordem. Revi algumas fotos, percebi as épocas em que me sentia mais bonita, me desfiz de algumas coisas, limpei e reorganizei inúmeras outras. Algo como um balanço da vida, dos objetos que me acompanham, um rito de passagem, "um exercício não só de apego, mas também de aparar as próprias arestas", como li em um texto hoje.


Enquanto fazia isso, ouvia as músicas que escutava durante várias épocas e fases da minha vida. Teve de tudo um pouco e várias sensações estavam comigo. Só terminei a arrumação bem de noite, cercada de memórias. Pensando em como a minha história de vida poderia ensinar algo a alguém.

Ontem, me esqueci completamente que era dia de finados, só percebi quanto vi que existiam muitas pessoas vendendo flores. Foi um dia como eu não tinha a algum tempo. Na prática, silenciosa e atenta, novas sensações e um novo balanço, mas agora mental, enquanto "desbravava" uma pequena floresta na ponta da cidade. Ver de perto uma cobra, lagartas e pisar em pântanos sem gritar ou sair correndo, me fez refletir sobre os meus medos: até onde eles eram meus e até onde eles eram dos meus pais, passados a mim logo na infância? Aliás, até onde as minhas crenças eram mesmo minhas? De noite, um domingo carinhoso, com três gerações de uma mesma família, ali representadas em volta de um televisão e taças de vinho. Algo como ligar ao mundo e a nós mesmos.

Fora isso, ando refletindo muito nesses últimos dias sobre estar presente, sobre estar no momento em que se vive agora, com todos os seus perrengues, chuviscos, trovoadas... Sobre não viver do passado e nem do futuro, numa ansiedade frustrante. E para finalizar, ando pensando muito também sobre conversar! Depois que li a revista Vida Simples desse mês, refleti muito sobre como eu converso com as pessoas. Me desculpem, mas sempre fiz isso de uma forma muito egocêntrica. Talvez, isso diga muito sobre mim e sobre você.

Quero ser diferente! Vamos conversar? Comente AQUI!

Com carinho,
Grazy