"Parabéns, mãe!"
"Eu não quero ser igual, nem melhor e nem pior. Eu quero ser diferente!". Eu já perdi as contas da quantidade de vezes que ouvi essa frase na minha vida. Minha mãe repetia essa frase sempre, durante toda a minha infância, adolescência, e até hoje repete, se houver necessidade.
Sempre me perguntei da onde ela tirou isso, até porque já cansou de nos contar que essa é a sua frase desde a infância. Minha mãe sempre foi muito magra - se casou com 38kg! -, tinha cabelos bem cacheados e volumosos, em uma época que ainda não existia escova progressiva. Acho que ela tinha motivos para querer ser diferente. Ela percebeu que ser igual não era o caminho dela, pior então, nem pensar. Ser melhor, talvez fosse igual, então, desde cedo percebeu que as pessoas só conseguem ser felizes se forem originais.
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Nós duas, no último ano novo que passei no Rio, em 2010/2011. |
Então, abraçou seus defeitos, características, e seguiu: se casou aos 21 anos com um homem separado com 5 filhos, 14 anos mais velho. Peitou sua própria mãe para tal feito e não se arrepende disso. Depois de anos como dona de casa e dois filhos, resolve voltar a estudar e se forma professora, no mesmo ano entra na faculdade, depois na pós e depois em outra especialização e vai. Ela poderia ter escolhido qualquer outro caminho, qualquer outra coisa, mas escolheu ser diferente, enfrentar suas possíveis dificuldades e seguir.
Hoje ela completa 47 anos - eu disse que daqui pra frente é só 45! haha -. Recebe cartinhas e mensagens de vários alunos que assim como eu, aprenderam com ela a magia de escolher ser diferente, originais. De respeitar suas características, tentar evoluir o que não é bacana e o que não dá pra mudar, aceitar, abraçar. Ser diferente é ser tolerante, consigo mesmo, principalmente.
Foi com ela que eu aprendi a tranquilidade em querer ser diferente, inovadora, criativa, não dar bola para o que os outros vão pensar e nunca ter vergonha do que se é. Então, obrigada mãe!
Feliz aniversário! Te amo!
Com carinho,
Grazy.